
As cores da aura quando a doçura nasce
Unseen Geometries
Exposição Coletiva ~ Berlim 2025
O que é verdade quando o que sentimos não pode ser provado?
Quais galáxias pulsam em seu peito, invisíveis para todos os outros?
Pergunto com meu corpo, com minha sombra, com minhas lágrimas, com a dança invisível da minha alma. Uma resposta quântica em um portal onírico: uma dobra no tempo onde algo pulsa, se move e, por um instante, escapa à lógica. Não consigo explicar... E talvez seja exatamente por isso que continuo criando. A arte que apresento aqui nasce de um mergulho interior, onde as dúvidas ecoam mais fundo que as certezas. O mistério não me assusta. Pelo contrário, é onde habito. O mistério me alimenta, me guia, me excita. Trabalho com imagens que não buscam traduzir o mundo, mas amplificá-lo. Partículas cintilantes de silêncio e geometrias incomensuráveis, feitas de camadas — como as nossas próprias camadas sensíveis. Em oposição ao fato bruto, celebro espaços, dúvidas, rachaduras. Crio dimensões íntimas onde sentimentos microscópicos se tornam vastos. Utilizo lupas afetivas para contemplar o que é pequeno demais para ser visto, mas grande o suficiente para me penetrar: a dor sem nome, a memória secreta, a chama do espírito, os mundos interiores que me mantêm vivo. Há algo no invisível que me atrai. Algo que não pode ser provado, mas que vibra no centro do meu peito, ao longo da minha espinha, entre os meus olhos. Sensações sem nomes e memórias, cuja origem desconheço. Corpos celestes girando dentro de mim, dou à luz um arco-íris.
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OBRA:
Título: Cores da aura quando a doçura nasce
Técnica: colagem, tinta acrílica e bordado sobre tela
Tamanho: 70x70 cm
Ano: 2025












